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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MARCAS NO CORAÇÃO

MARCAS NO CORAÇÃO
Outro dia estava indo ao Supermercado com o meu filho. A rua estava cheia de poeira por causa da forte chuva que havia caído uma semana antes (aquela que inundou Mesquita). Enquanto caminhávamos, eu falei: “Olha filho como a rua está suja por causa da chuva”. Ele me respondeu: “Isso deixa marca no coração”. Não entendi nada e perguntei o que deixa marca no coração, e ele me respondeu que era a rua do jeito que estava, toda suja. Continuei sem entender e perguntei por quê? Ele então me explicou: “Mãe, por causa da chuva que caiu aquele dia, a água entrou na casa das pessoas, não é? E quando você encontrava alguém conhecido perguntava se havia entrado água na casa dela e quando a pessoa dizia que sim você ficava triste e isso deixa marca no coração”. Entendi então o que ele queria dizer: o que para ele é “deixar marca no coração” nada mais é do que aquele sentimento que temos quando vemos que alguém está passando por dificuldades e precisando de ajuda; e esse sentimento de pesar, compaixão e solidariedade nos move a fazer algo para mudar aquela situação, para ajudar quem está ao nosso redor, mesmo que não a conheçamos. Lembro-me do Bom Samaritano que ao olhar aquele homem caído à beira do caminho, interrompeu a sua viagem para ajudá-lo, mesmo sem conhecê-lo; e até mesmo tirou do seu próprio bolso para pagar as despesas daquele homem. É desse sentimento de que estamos falando.
Dizemos que amamos a Deus, não é mesmo? Pois bem, o amor a Deus se reflete no amor ao meu próximo. I João 4:20 diz: “Se alguém disser: Amo a Deus e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”. Então, se eu de fato amo a Deus, isso automaticamente refletirá nas minhas atitudes para com o meu próximo, e essas atitudes não se referem simplesmente a uma ajuda material, mas a maneira como tratamos o nosso próximo. Tem um cântico antigo que diz: “Ame ao Senhor com todo o seu coração, com toda força e razão, com todo o seu desejar. Ame ao seu próximo como se fosse você, como se a dor que ele sente fosse a que sente você”. Sentir a dor do outro, quantas implicações tem essa pequena frase! Sentir a dor do outro é não conseguir dormir sabendo que o irmão está passando por necessidades; é abrir mão de pertences pessoais para abençoar o outro; é chorar com os que choram; é sentir no coração uma profunda tristeza por ter ferido alguém com palavras ou atitudes. Amar o outro como se ele fosse eu implica em sempre tratar o outro como gostaríamos que nos tratassem.
Se o nosso coração não dói quando percebemos que alguém está sofrendo, algo está errado conosco. Por vezes entramos e saímos dos Cultos sem nos darmos conta de que do nosso lado, e bem do nosso lado, tem alguém sofrendo precisando de ajuda. Ficamos tão preocupados com isso ou aquilo que não nos sobra tempo para cumprirmos o mandamento bíblico de amar ao nosso próximo. Gastamos tempo com coisas mesquinhas, pequenas, fúteis, sem valor, que em nada nos edificam, mas não gastamos tempo orando uns pelos outros, ajudando o próximo, conversando com os outros. Que tipo de cristão somos nós que deixamos as pessoas passarem por nossa vida sem sequer termos para com ela uma atitude de amor, de compaixão, de solidariedade? Que tipo de cristão somos nós que ferimos o irmão com palavras e atitudes e não temos a coragem de ir até o irmão e pedir perdão?
Em Mt. 25:34-46, lemos sobre o grande julgamento e um dos versículos diz: “Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. [...] Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a Mim”.
Se fosse possível bater um raio x do seu coração espiritual o que seria encontrado nele? Será que haveria marcas deixadas por esse sentimento de compaixão, de solidariedade, de amor ao próximo, expresso através de atitudes e gestos? Ou apenas um coração frio, duro, insensível que não se compadece do seu próximo? O que Deus vê quando sonda o seu coração?
Mis. Jacira da Silva Cordeiro da Conceição

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